Tuesday, August 08, 2017

FUGA PARA O ETERNO





É tudo que nem no ar existe,      
E, além de nós, se expande e paira
É a sorte, se é que sorte há, de não saber  
Qual a grande diferença entre um rap e uma fuga de Bach.
É, se possível, um êxtase num bar     
De um asceta que viveu para pecar....

Talvez seja o que em mim sempre faltou,
Uma fé, uma crença, algo que me ultrapasse,
Me faça sério em meio à gargalhada, 
Como se tivesse compreendido o sentido        
De toda música resultar no nada
E no silêncio ser tudo traduzido.

Ilustração: La Nación. 

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