Monday, September 21, 2015

Dois poemas de Raúl Gómez Jattin

 
Los poetas, amor mío                                                
Raúl Gómez Jattin

Los poetas, amor mío, son
Unos hombres horribles, unos
Monstruos de soledad, evítalos
Siempre, comenzando por mí.
Los poetas, amor mío, son
Para leerlos. Mas no hagas caso
A lo que hagan en sus vidas.

Os poetas, amor meu

Os poetas, amor meu, são
Uns homens horríveis, uns
Monstros de solidão, evitá-os
Sempre, começando por mim.
Os poetas, amor meu, são
Para lê-los. Mas, não faças caso
Do que fazem de suas vidas.
  
Pequeña elegía

Raúl Gómez Jattin

Ya para qué seguir siendo árbol
Si el verano de dos años
Me arrancó las hojas y las flores
Ya para qué seguir siendo árbol
Si el viento no canta en mi follaje
Si mis pájaros migraron a otros lugares
Ya para qué seguir siendo árbol
Sin habitantes
A no ser esos ahorcados que penden
De mis ramas
Como frutas podridas en otoño.

Pequena elegia

Para que seguir sendo árvore
Se o verão de dois anos
Me arrancou as folhas e as flores
Para que seguir sendo árvore
Se o vento não canta em minha folhagem
Se meus pássaros migraram a outros lugares
Para que seguir sendo árvore
Sem habitantes
A não ser esses enforcados que pendem
Dos meus ramos
Como frutas podres de outono.


Ilustração: obviousmag.org

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