Tuesday, August 04, 2015

Uma poesia de Patricia Verón

Patricia Verón                                                          

Hablo de soledades
de un viaje jamás hecho
del peso de dos manos
del pan multiplicado y enterrado
no me hace falta la ginebra
de vez en cuando un vino
un lugar en la noche
un dolor reparado en los caminos
Hablo entre espacio y letra
que inicia una palabra
digo lo que no dicen
y prefiero callar los argumentos
en la belleza de un paisaje de ramas
y lunas perdidas entre óxidos de cinc

transparentada por el frío
y las nubes rosas que acompañan
la oscuridad

hablo y ahora
me voy a dormir.

Falo de solidões
De uma viagem jamais feita
Do peso de duas mãos
Do pão multiplicado e enterrado
Não me faz falta uma ginebra
De vez em quando um vinho
Um lugar na noite
Uma dor reparada nos caminhos
Falo entre o espaço e a letra
Que inicia uma palavra
Digo o que não dizem
E prefiro calar os argumentos
Na beleza de uma paisagem de ramos
E de luas perdidas entre óxidos de zinco

Atravessada pelo frio
E as nuvens rosas que acompanham
A escuridão

Falo e agora
Vou dormir.

Ilustração: kristalzinhoazul.blogspot.com


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