Tuesday, June 16, 2015

Mais uma vez Pablo Neruda

 
                                                                                                          

Pablo Neruda

Tengo hambre de tu boca, de tu voz, de tu pelo
Y por las calles voy sin nutrirme, callado,
No me sostiene el pan, el alba me desquicia,
Busco el sonido líquido de tus pies en el día.

Estoy hambriento de tu risa resbalada,
De tus manos color de furioso granero,
Tengo hambre de la pálida piedra de tus uñas,
Quiero comer tu piel como una intacta almendra.

Quiero comer el rayo quemado en tu hermosura,
La nariz soberana del arrogante rostro,
Quiero comer la sombra fugaz de tus pestañas

Y hambriento vengo y voy olfateando el crepúsculo
Buscándote, buscando tu corazón caliente
Como un puma en la soledad de Quitratúe.


Soneto XI

Tenho fome de tua boca, de tua voz, de teu cabelo
E pelas ruas vou sem me nutrir, calado,
não me sustém o pão, o amanhecer me assedia,
busco o som líquido de teus pés no dia.

Estou faminto por sua risada desbragada,
de tuas mãos com a cor de uma colheita farta,
tenho fome das pedras pálidas de tuas unhas,
quero comer tua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o relâmpago queimado de tua formosura,
o nariz soberano de teu arrogante rosto,
 quero comer a sombra fugaz de teus cílios.

E  faminto venho e vou farejando o crepúsculo
Buscando-te, buscando o teu coração vermelho
Como uma puma na solidão de Porto Velho.


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