Wednesday, January 21, 2015

Canção do tempo



Tranquila dormia suavemente
Até seu respirar era melodia
E ao vê-la ali tão bela, de repente
Cheguei mesmo a pensar ser fantasia.

Tão perto fiquei dela...ela dormia
Cabelos soltos sobre a almofada
Ainda mais me convenci não existia
Uma mulher assim era uma fada.

E se sonhava quem o saberia?
Perdia-se a noção ao observá-la,
Pois, sua beleza plena de magia,
Inundava os meus olhos, toda a sala.

Mas, de nada ela sabia adormecida
No seu sono de toda a eternidade.
Chorei por ela, por mim e pela vida
Tanta beleza hoje, amanhã saudade!



(De "Apocalypse", São Paulo, Editora Zanzalás, 1982. Reeditado em 2013 pela Editora Per Se). 

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