Sunday, October 12, 2014

Presença


Quanto mais tento me esquecer de ti
Mais descubro que não te esqueci
Como se o próprio ato de partir
Fosse apenas a desculpa de voltar
E insisto que este amor há de acabar,
Mas é um amor tão forte, resistente
Que antes de acabar acaba a gente,
Por tristeza, por saudade, pelo bar
Se transformar em inevitável lar
No qual, inútil, queremos afogar
Em álcool o amor que nos embriaga
Muito mais que a própria bebida
Já que a ressaca vem mesmo da vida,
E da chama do amor que não se apaga. 

(Do livro "Jardim Dizpersivo", Editora Per Se, 2013). 

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