Friday, November 01, 2013

Bondade genética



Comecei novembro com tão altos pensamentos
que levei uma queda.
Por um momento tive a sensação errada
de que algum veículo iria me atropelar
e, me voltei, sem nada ver atrás
antes de, no meio-fio, tropeçar
e me estatelar na calçada.
Não sei se o desequilíbrio proveio
de um anjo ou de uma alma danada
que sabia que não devo pensar mal
acerca de ninguém,
pois, o contemplado nunca acaba bem.
Foi como se me lembrassem
que sou um simples mortal
de poderes transitórios
e alguns dotes, talvez, ilusórios.
Mas, se já tentei até ser santo
Não posso dos meus ideais me afastar tanto.
Cair, e ainda ter quem se preocupe com minha queda,
só serviu para me lembrar
que, por maior que seja o tombo, posso levantar
e que sou um Persivo,
um bom motivo,
para jamais ser perverso.
Assim de tudo esqueci
escrevendo estes versos
e deixei o restante por conta dos senhores do universo
que, nunca esquecem de cobrar,
os que alguma coisa tem que me pagar. 

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