Sunday, August 25, 2013

Amores que não se esquecem


Relâmpagos

(Sobre uma poesia que esqueci)

I

Nossos gestos eram simples e desesperados.

Não dissemos nada.

Nada havia para dizer,

Porque partir dever ser

       uma  amostra grátis de morrer

E mortos nos sentimos.
 
II

Eu te amo tanto

Que sou capaz de viver contigo

Num quartinho só com uma cama!

Mas, aqui.

O meu amor parece uma flor na lama

E a cama só serve para dormir

O que, convenhamos, é um desperdício.

III

E em que mundo se passa tudo isto?

Em que lugar vim parar

           que nada reconheço?

Agora a tua voz de longe chama

E o teu olhar de um verde inexplicável clama

Pelos momentos de amor que iluminavam a cama

           em nosso quarto.

(Do livro A Alquimia da Vida).
Ilustração: amora2011ciencias.pbworks.com - 

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