Saturday, July 27, 2013

Giovanni Quessep


Cántico de dos rosas

Giovanni Quessep

No digas nada, escucha a las estrellas.
Tal vez te digan algo
de la rosa que hay en tu jardín
y la rosa del tiempo,
-la que está viva o muerta-
en la arena que arde.
La rosa que hay en tu jardín es bella.
No la amarga hechicera que te llama
desde tu nacimiento, rosa oscura
que te alumbra el final y las orillas
del aqueronte. No hables, que estás solo
con nada indecible, siempre lejos
del azul más profundo. Mira pues
si el agua va a una isla donde crecen
rosas ya sin ventura o venturosas;
y escribe y canta.  Y oye a las estrellas
que hablan desde una página pedida.

Cântico das duas rosas

Não digas nada, escuta as estrelas.
Talvez te digam algo
da rosa que está em teu jardim
e da rosa do tempo
-a que está viva ou morta-
sobre a areia ardente.
A rosa que está em teu jardim é bela.
Não a amarga feiticeira que te chama
desde de teu nascimento, rosa escura,
que ilumina o final e as margens
do Aqueronte. Não fales, que estais só 
com nada indecifrável, sempre longe
do azul mais profundo. Olha, pois,
se a água vai para uma ilha onde crescem
rosas já sem ventura ou venturosas;
e escreve e canta. E ouve as estrelas
que falam de uma página pedida.


No comments: