Tuesday, December 29, 2009

BORGES NOVAMENTE



LABERINTO

No habrá nunca una puerta. Estás adentro
Y el alcázar abarca el universo
Y no tiene ni anverso ni reverso
Ni externo muro ni secreto centro.

No esperes que el rigor de tu camino
Que tercamente se bifurca en otro,
Que tercamente se bifurca en otro,
Tendrá fin. Es de hierro tu destino

Como tu juez. No aguardes la embestida
Del toro que es un hombre y cuya extraña
Forma plural da horror a la maraña

De interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera
En el negro crepúsculo la fiera.

Labirinto

Nunca haverá uma porta. Estais dentro
E o palácio abarca o universo
E não tem nem frente nem verso
Nem externo muro nem secreto centro.

Não esperes que a reta da tua estrada
Que teimosamente se bifurca em outra,
Que teimosamente se bifurca em outra,
Tenha fim. É de ferro tua sorte selada

Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é um homem cuja estranha
Forma plural de horror de uma teia emaranhada

De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem espera
No negro crepúsculo a besta fera.

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