Thursday, February 05, 2009

BEDREGAL


RESACA

Yolanda Bedregal

Cuando ya la resaca deje mi alma en la playa,
y del arco agobiado de mi espalda se vaya
el ala cercenada, cual vela desafiante,
en cicatriz y estela prolongará el instante.

Quedarán vigilando, símbolo intrascendente,
dos pobres ojos pródigos y una mendiga frente.
¡Catacumba de agua, amor! ¡No me conoces!
Ni nadie nos conoce. Sólo hay fugaces roces,
desencuentros, en la prieta mudez de encrucijadas.

Expían su demora presencias nunca halladas.
No son cruz ya los brazos ni altar para holocausto
de salvajes ternuras. Con su claror exhausto,
un sol desalentado ahonda los abismos.
Somos polvo y lucero, todo en nosotros mismos.
Para esta elemental ceniza taciturna
sea la inmensa lágrima del Mar celeste urna.


Ressaca

Depois que a ressaca deixou minha alma na praia
e do arco agoniado das minhas costas parte
a asa grampeada, qual desafiante vela,
que cicatriz e a estrela prolonga o momento.

Estarão vigiando, símbolo do insignificante,
dois pobres olhos pródigos e um mendigo rosto.
Catacumba da água, amor! Não me conheces!
Nem ninguém nos conhece. Somente há fugazes gotas,
Desencontros, na preta mudez das encruzilhadas

Espiam sua demora presenças nunca encontradas.
Não são cruzes já os braços nem o altar para o holocausto
De selvagens ternuras. Com seu clarão esgotado,
Um sol desanimado aprofunda os abismos.
Nós somos poeira e luz, tudo em nós mesmos.
Para esta cinza elementar taciturna
Seja esta imensa lágrima do mar celeste urna.

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