Tuesday, December 18, 2007

UMA POETISA DO PERU



VICTORIA

Blanca Varela

Volver el rostro,
no por demasiado tiempo.

¿Fue el ocaso de siempre
O um alba dejada atrás?

Amor,
paisaje que el tiempo corrige sin tregua.

La primavera es breve
a ambos lados del camino.

Vitória

Voltar o rosto,
Não por demasiado tempo.

Foi o ocaso de sempre
Ou o amanhecer deixado para trás?

Amor,
paisagem que o tempo corrige sem trégua.

A primavera é breve
em ambas as margens do caminho.

Monday, December 17, 2007

A ESCOLHA DO NOSSO GUIA


Quando esteve em Porto Velho Jorge Mautner, no seu show no Teatro Um do Sesc, me deu a honra de recitar uma poesia minha. Claro que fiquei muito feliz com o fato embora todo errado. Algumas pessoas me pediram para colocar a poesia disponível o que faço agora neste blog:

POESIA DA DANÇA

Vê é tão simples. De repente a mão
Na mão, o olhar no olhar, uns beijos.
Por que complicar? Não exija a razão.
De todo modo virá com o tempo.

Mas, com o tempo, virão outras coisas
Como a perda da magia, a dor e até
O tédio. De repente não há remédio
E, se tivermos, o mal não tem mais cura.

Segura o tempo!Segura! A mão agora
Oferece tanto. Não deixa de ser belo
O canto porque cessa. É tão lindo
Enquanto dura. Vamos, minha mão segura.

Por que temer ou colocar obstáculos
Contra o desejo que é tão natural?
Não contrarie a Natureza. Sê a presa
E a caçadora do prazer, que é tudo

Que nos resta quando o canto acaba.
A música da vida é feita de tais notas
E, se não se dança, no tempo certo,
Sobrevém o deserto e, também, se dança.

(De A Alquimia da Vida,1999)

Sunday, December 16, 2007



CANTO AO AMOR OCULTO

Como um passarinho vivo
Criando um ninho para o meu amor...

Hei de fazê-lo com as mais belas flores da floresta
e envolvê-lo com os mais doces cantos de outros pássaros
para cantar com os mais suaves sons que há.

Nem me importo de voar mais alto
Ou, de por longas distâncias, me cansar
Ou, se, na busca, venha a me machucar
Se os melhores e saborosos frutos recolher.

Só me importo, antes do luar aparecer, olhar seus olhos,
e cantar, no por do sol, o meu canto de glória,
pelo imenso amor que só posso ter

Que é mais belo ainda por ninguém perceber ....

Saturday, December 15, 2007

DOIS POEMAS DE UNGO



A PESAR DE TODO

Carlos Enrique Ungo

He sido despojado de la luz y la sonrisa
y avanzo lentamente
buscando un futuro que no me pertenece
pero que me aguarda
a pesar de todo.


APESAR DE TUDO

Fui despojado da luz e do sorriso
e avanço lentamente
buscando um futuro que não me pertence
porém que me aguarda,
apesar de tudo.

DESPEDIDAS

No desperdicies tu noche
el puño desafiante de mi odio.

Retrocede
y llévate contigo los poemas de amor
las miradas
las caricias
los secretos
compartidos a voces y en silencio.

Déjame completar el ritual del condenado
y compartir con aquellos
los ausentes
ese futuro que exige con premura
su cuota de presente.
Déjame ofrecer este último poema
con la cara al sol
y sonriente
para que luego
con el fusil al hombro y el odio en un bolsillo
me apreste a afinar la puntería.

DESPEDIDAS

Não desperdices tua noite
Com o punho desafiante de meu ódio.

Retrocede
e leva contigo os poemas de amor
os olhares
as carícias
os segredos
compartilhados a dois e no silêncio.

Deixe-me completar o ritual do condenado
e dividir com os ausentes
esse futuro que exige prematuramente
sua cota de presente.
Deixe-me oferecer este último poema
com o rosto ao sol
e sorridente
para que logo
com o fuzil no ombro e ódio no bolso
me apresse em acertar a pontaria.

Wednesday, December 05, 2007

UM POETA ESPANHOL


CAMPO

Antonio Machado

La tarde está muriendo
como un hogar humilde que se apaga.

Allá sobre los montes,
quedan algunas brasas.

Y ese árbol roto en el camino blanco,
hace llorar de lástima.

¡Dos ramas en el tronco herido, y una
hoja marchita y negra en cada rama!

¿Lloras?... Entre los álamos de oro,
lejos, la sombra del amor te aguarda.

(de Soledades, Galerías y otros Poemas, 1919)


CAMPO

A tarde está morrendo
como uma fogueira humilde que se apaga.

Além, sobre os montes,
restam algumas brasas.

E esta árvore rota no caminho branco,
faz chorar de pena.

OS Dois ramos no tronco ferido e uma
folha murcha e negra em cada ramo!

Choras? ... Entre os álamos de ouro,
longe, a sombra do amor te aguarda.