Sunday, September 17, 2006

CADA UM VÊ DO SEU MODO

VISÕES
A velha porta desconsolada
Escancarava aos olhos dos passantes curiosos
A miséria presente
Nos antigos e sujos candelabros semi-pendentes,
Nas paredes de tintas descascadas,
Nos buracos irregulares das paredes e do teto,
Nas apodrecidas madeiras das escadas e do piso,
Nas teias de aranha que ocupavam locais onde antes
Majestosas festas resplandeciam em jóias e luzes,
Aos sons suaves de valsas e sonatas,
Em que ricos trajes desfilavam
Ornados de seda, de cetim, de ouro ou prata.
O último ancião que ali passou retornou agora
Revendo o mundo que o tempo enterrou
Chorou mil lágrimas somente por lembrar
A doçura de um beijo ao luar.
O último sonhador que ali chegou
Revendo o sonho que o tempo enterrou
Ainda assim maravilhado
Viu tudo como se fosse outrora
E se encantou com a beleza do passado.

1 comment:

Lia Noronha said...

Silvio: os olhos...são as verdadeiras janelas da alma!bjus mil de boa noite.