Sunday, May 14, 2006

UMA POESIA DE LOZANO


EL VIAJE
Manuel Lozano

Tuve sed de convertirme ardientemente.
(Extramuros, los peregrinos bajan a la catacumba;
se diría que llueve sobre la húmeda arena
del derrumbe.)
Un hijo me cubría con cera la herida llorada, delirante,
para no anegar en mí
la veladora liturgia del navío que me llevea tu costado.
Por fin el fuego del alivio, fragante juguete
deshojándose en palabras.
No lo aparten de aquí.
El que abre una palabra,
bebe la sangre incandescente.
¿Qué dirán de aquel blanco testigo en su morada oscura?
Amará tal vez, sonreirá detrás de las olas.

A VIAGEM
Eu tive sede de converter-me ardentemente.
(Além dos muros, os peregrinos baixavam as catacumbas;
se diria que chove sobre a areia úmida
do despenhadeiro.)
Um filho me cobria com cera a ferida aberta, delirante,
para não alagar em mim
a zeladora liturgia do navio que me leve em
seu costado.
Finalmente o fogo do alívio, flagrante brinquedo,
Despojando-se em palavras.
Não o separem daqui.
O que abre uma palavra, bebe o sangue incandescente.
Que se dirá dessa branca testemunha em sua morada escura?
Amará talvez, há de sorrir por trás das ondas.

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