Monday, February 27, 2006

A ESPERANÇA SEMPRE MORRE


O bloco dos Sem Esperança
dança no carnaval da sorte
E seu samba enredo tem uma
rima de medo
Uma ponta de ironia
rasgando a falta de futuro.
Seu mestre- sala cala
o mundo incontido de tristeza
Que a porta-bandeira faz sambar
porquê outro jeito não há.
O tamborim não toca,
O afoxê não chia,
O puxador não puxa
E os pés de Maria não deslizam.
Só as fantasias vermelhas de sangüe
tem um brilho sã
Que se esparrama pela avenida
na manhã
Num alvorecer tardio, inesperado
Que resulta numa convulsão
de som, de luz, de cor, de vida
Ressuscitando os mortos de cansado
Que, embalados, pela música
que se espalha
Se apegam na fé como uma migalha
Que resgata o sonho,
Mas, a esperança sempre corre em vão,
E quando surge da euforia a sensação
Vem a quarta-feira
Pra acabar com a brincadeira!

5 comments:

Angela Ursa said...

Olá, Silvio! Foi a Lia, do Cotidiano, que me indicou o seu blog. Bela essa poesia, apesar do tema triste. Abraços florestais da Ursa :))

Laura_Diz said...

Poxa, quanta desesperança :) Lia indicou vc.
Vou ver o resto do seu blog.
Abs, laura

Laura_Diz said...

Fui ver e gostei especialmente de "NATURAL NO CARNAVAL", vc é sensível.
Laura

Lia Noronha said...

Silvio ; chamei alguns amigos pra cá.
Fiz mal?
Queria compartilhar a maravilha que encontro aqui...talento e sensibilidade...na dose exata!
beijos bem carinhosos e boa noite de final de terça-feira...quase de cinzas.

Só mais um Cortez... said...

Silvio,
Prazer em "conhecê-lo".
Lia me indicou e eu já comecei gostando...
Não achei triste a tua poesia. Infelizmente ela é apenas realista. A realidade dessa faixa da sociedade é que é meio sem esperança, mas cabe a tentativa de manter o ânimo e buscar uma saída. Ela existe, só precisamos procurar...
Depois vou ler mais do teu blog.
Visite os "Meus Desvaneios"...
Grande abraço.
Víctor Cortez